domingo, 8 de fevereiro de 2009

Parisópolis I

Bom, semana passada a cidade ficou estarrecida com as imagens que chegavam de Paraisópolis, uma favela da zona sul paulistana. Eram mais de cem meninos entre 14 e 20 anos queimando carros, "barbarizando a bárbarie". Sabe, não vou julgar o fato, apenas pensar que se o motivo do protesto foi o assassinato de um membro do PCC, como disseram os repórteres, durante uma blitz policial, eles estão defendendo o grupo deles, ou o grupo que eles acreditam. E nós, pseudo-intelectuais da periferia, ou sociólogos de plantão, o que fazemos para que estes meninos simpatizem com as nossas idéias?
Há meses um segurança das Casas Bahia, matou um cliente (rapaz) aqui da região com um tiro à queima roupa. E nós, o que fizemos além de nos indignarmos? Pois é, será que não vale um protesto (sejá lá de qual forma) para chamar a atenção para a barbárie que acontece aqui?

Agora a Favela de Paraisópolis está sitiada, fui lá sábado passado em uma festa de formatura (é, os rapazes de lá também se formam) e o que vi foi homens de metralhadoras e roupa camuflada. Espero que disto não nasçam as milícias, como as que agem no Rio, e executam os meninos de bombetas e moleton.

Quanto à forma de protesto, utilizo uma frase do rapper Mano Brown:

"Ceis dão taça de veneno e quer sufflair?"

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